Implementando Práticas Sistêmicas na Cultura Corporativa

por Trianon RH e Negócios | 26/01/24

A abordagem sistêmica reconhece a complexidade das interações humanas e busca integrar tanto a lógica quanto a dinâmica emocional para promover uma perspectiva holística na gestão de pessoas. 

Enfrentar os desafios organizacionais exige uma compreensão profunda das relações entre os diferentes elementos, permitindo uma resposta mais eficaz e sustentável aos eventos e mudanças.

Como implementar práticas sistêmicas na cultura corporativa? Como utilizar o pensamento sistêmico para trabalhar no propósito da organização e apoiar as mudanças essenciais envolvidas? Continue a leitura do artigo! 

Compreendendo a organização de forma sistêmica

Implementar uma gestão sistêmica implica considerar uma variedade de elementos que impactam os modelos tradicionais de qualquer organização. Principalmente, questionar a estrutura de autoridade e hierarquia conforme concebida nas organizações atuais.

Ao adotar uma visão mais abrangente no espaço e no tempo, compreendemos que qualquer grupo existe em um contexto específico. As ações realizadas por esse grupo, devido a ciclos de interação, terão efeitos em outros lugares e em momentos posteriores, inclusive dentro do próprio contexto.

No entanto, identificar as verdadeiras causas das repercussões que surgem pode ser desafiador. A abordagem sistêmica busca ir além, reconhecendo a necessidade de compreender as relações de causa e efeito em um contexto mais amplo. Portanto, os líderes (e a empresa no geral) visam não apenas reagir aos eventos, mas também remediar as causas subjacentes, promovendo uma perspectiva mais proativa.

Ao considerar as consequências do comportamento egocêntrico, que restringe o campo de visão, a gestão sistêmica busca superar limitações. Reconhecer que reações impulsivas e exclusivamente voltada para os eventos imediatos podem ser prejudiciais a longo prazo. A gestão sistêmica propõe uma mudança de paradigma, incentivando ações ponderadas e consistentes, em vez de respostas reativas.

A integração da dinâmica emocional dos sistemas é um aspecto muito importante na gestão sistêmica. Um sistema humano não opera apenas com base na lógica cartesiana pura. Muitas vezes, confiar exclusivamente nessa lógica implica negligenciar as dimensões não racionais, mas essenciais, das emoções e identidades. Esses elementos desempenham um papel fundamental no comportamento social dos indivíduos e na dinâmica organizacional.

A primeira etapa para implementar práticas sistêmicas na cultura corporativa é compreender a organização de maneira sistêmica. O termo "organização" é definido como um grupo organizado visando atingir determinado fim. Para abordar essa definição, é necessário responder a quatro questões essenciais em qualquer empreendimento empresarial:

1. Um conjunto de quê?
2. Organizado como?
3. Alcançar por que meios?
4. Qual objetivo?

Diante de um ambiente empresarial em constante mudança, essa visão oferece uma perspectiva global e aberta, rompendo com a visão analítica e limitada do passado.

A abordagem sistêmica reconhece dois fundadores geniais: Norbert Wiener e Ludwig von Bertalanffy. Desde a década de 1950, diversos desenvolvimentos consolidaram as contribuições iniciais, estabelecendo princípios fundamentais:

O sistema: é um conjunto sustentável de elementos interativos orientados para um objetivo. Definir um sistema implica estabelecer limites e coerência, sendo a permeabilidade da fronteira crucial para sua dinâmica;

Limites e coerência: um sistema possui uma fronteira que delimita o que faz parte dele. Essa fronteira é permeável e determina a coerência do sistema. Responder a perguntas sobre identidade, diferenças com outros grupos e contexto é essencial para manter a coesão;

Propósito: o funcionamento de um sistema responde à lei da totalidade, gerando propriedades emergentes, como o propósito. O sistema busca constantemente sua própria perfeição, orientado pelas informações do contexto.

Impulsionando a mudança 

Peter Senge, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), propõe que uma "organização que aprende", aqui nós entendemos como uma organização consciente de seu sistema, é aquela que pratica cinco disciplinas fundamentais, portanto são mais propensas a implementar a visão sistêmica. 

Para isso, é preciso praticar as cinco disciplinas abaixo: 

Pensamento sistêmico: essa disciplina permite uma visão mais ampla, afastando-se de situações imediatas e absorventes. Perceber como eventos separados no espaço e tempo estão interligados por ciclos de feedback é essencial para compreender as complexidades organizacionais.

Domínio pessoal: implica um alto nível de competência na função, combinado com a capacidade de enxergar objetivamente a realidade e responder às aspirações mais elevadas.

Questionar padrões mentais: muitos comportamentos, individuais e coletivos, são enraizados em modelos mentais inadequados. Questionar e modificar esses padrões são elementos essenciais para o controle pessoal e a evolução da organização.

Visão compartilhada: diferente de projetos empresariais individuais, a visão compartilhada transforma projetos pessoais em iniciativas conjuntas, baseadas em uma visão comum do futuro organizacional.

Aprendizagem em equipe: busca o surgimento de sinergias, tornando a equipe mais inteligente do que a soma das inteligências individuais. Fundamenta-se na comunicação transparente e no diálogo construtivo.

Implementando práticas sistêmicas na cultura corporativa

Desenvolvimento do pensamento sistêmico: A organização deve adotar uma fronteira permeável, ouvindo o contexto e permitindo uma circulação fluida de informações. Introduzir o pensamento sistêmico significa pensar em termos de interações e ciclos de feedback, buscando identificar padrões estruturais por trás das aparentes interações. Considerar os atrasos envolvidos em qualquer operação realizada diariamente, preparando-se para resistir à pressão da urgência e do curto prazo em períodos de crise.

Desenvolvimento das disciplinas de Senge: Fomentar o pensamento sistêmico, incentivando uma visão mais ampla e a compreensão das interconexões organizacionais. Promover o domínio pessoal, incentivando a competência na função e a capacidade de enxergar objetivamente a realidade em cada colaborador. Estimular o questionamento de padrões mentais, buscando modificar comportamentos enraizados em modelos mentais incompatíveis com a cultura da empresa. Facilitar a construção de uma visão compartilhada, alinhando projetos individuais a uma visão comum do futuro organizacional através do propósito. Incentivar a aprendizagem em equipe, promovendo comunicação transparente e diálogo construtivo para alcançar sinergias.

Benefícios da implementação sistêmica na cultura organizacional

Adaptabilidade: a visão sistêmica permite que a organização se adapte de maneira flexível a um ambiente empresarial em constante mudança;
Inovação: a circulação fluida de informações e a busca por padrões estruturais favorecem a inovação e a criatividade organizacional;
Coesão Organizacional: o desenvolvimento de uma visão compartilhada e a aprendizagem em equipe promovem a coesão, mesmo em tempos de mudança;
Eficiência: a compreensão das interconexões e o pensamento sistêmico contribuem para uma gestão mais eficiente e assertiva.
O caminho para o sucesso sustentável: integre a visão sistêmica em sua empresa 

Gerenciar uma organização hoje, mais do que nunca, envolve a capacidade de enfrentar a incerteza e a prática da intuição fundamentada. O pensamento sistêmico é uma abordagem que permite distanciar-se dos seus próprios padrões mentais para poder dar uma resposta realmente criativa e inovadora a velhos problemas. 

Empresas com alma adotam uma perspectiva sistêmica para posicionar as pessoas adequadamente, alinhando o campo informacional individual com o contexto organizacional da empresa. 

Essas empresas já se destacam em nossos dias atuais, mas no futuro manter essa abordagem será essencial para a perpetuação dos negócios. Você já está nesse movimento? 

Conte com a Trianon RH e Negócios nesta jornada rumo ao sucesso e prosperidade da sua organização.